Metade dos pacientes atendidos no ambulatório de saúde mental sofre de depressão
Depois de pouco mais de um ano de implantação, o ambulatório de saúde mental de Cocal do Sul registra número crescente de pessoas que sofrem com algum transtorno mental. Hoje, 550 pacientes estão registrados. Em média, 25 são atendidos por semana, quatro deles são novos encaminhamentos. O programa saúde mental conta com uma equipe multidisciplinar formada por enfermeira, psicóloga, médico psiquiatra.
Segundo a enfermeira, Charlene Rosso os transtornos mentais de maior incidência são depressão seguida de ansiedade. “Dos 550 pacientes, 240 sofrem de depressão e 180 apresentam ansiedade”, ressalta.
A psicóloga, Luciana Gerônimo explica que cada um tem um motivo para se sentir deprimido. “A depressão pode ser decorrente do estresse, doenças crônicas ou componentes genéticos, medo de enfrentar os acontecimentos da vida, como: morte, separação, trauma de infância, entre outros”, afirma.
Nos últimos quatro meses mais de 100 pacientes foram encaminhados para tratamento psicológico no ambulatório. “Nós trabalhamos principalmente a auto-estima e o resgate da vida (hipnose). Diante da doença, as pessoas esquecem delas mesmas, a vida não tem mais sentido e elas começam a se perder. A maioria acaba encontrando o seu caminho de volta, mas é preciso força de vontade”, destaca ainda Luciana.
As pessoas, em Cocal do Sul, não tinham atendimento psiquiátrico para casos específicos e considerados mais leves. Elas eram encaminhadas para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), voltado para atender casos mais graves, sobrecarregando o serviço. A paciente, T.S encontrou animo e força de vontade para enfrentar o momento pelo qual está passando. “Se eu não tivesse esse acompanhamento, com certeza não estaria dando a volta por cima, correndo atrás das coisas”, observa.
Segundo o secretario de saúde, Sidney Duarte de Oliveira esse é um trabalho diferenciado e ampliado oferecido pela secretaria. “Nossa intenção é prevenir, procurar investigar as causas, prestar esclarecimento e orientação, controlar a medicação e da melhor forma possível, reabilitar e recuperar o paciente, além de diminuir o número de internações psiquiátricas”, ressalta.
Trabalho em grupo também é realizado
O Programa Saúde Mental também conta com trabalho em grupo. Hoje, cerca de 10 mulheres entre 30 e 50 anos se reúnem com o objetivo de elevar a auto-estima. O encontro acontece toda terça-feira, às 15h. “As participantes já freqüentam o ambulatório e têm acompanhamento psicológico. O grupo só vem a ajudar ainda mais no tratamento. Pessoas interessadas também podem participar, pois 50% do resultado da melhora da pessoa é tratada com medicação, mas os outros 50% depende do psicológico”, explica Luciana. Para receber o atendimento no laboratório, os pacientes devem ser encaminhados pelo seu PSF de origem. Informações pelo telefone 3447-1444, ramal 210.