Alunos com deficiencia auditiva recebem curso de informática técnica em Cocal

                A falta de treinamento e orientação de como trabalhar com crianças e adolescentes que precisam de atendimento especial não é preocupação na rede municipal de ensino de Cocal do Sul. Há quatro anos, alunos com deficiência auditiva estão integrados no ensino regular e contam com uma professora interprete que os acompanha em todas as aulas, diariamente. Além disso, desde a última terça-feira (02/06), uma nova oportunidade é proporcionada aos portadores de limitações físicas. Eles estão recebendo o curso de informática técnica. As aulas acontecem no período contra turno na escola municipal Cristo Rei.             

                  Esta é a primeira vez que a modalidade é oferecida aos três alunos com deficiência auditiva e uma cadeirante. Segundo o secretário de educação “o objetivo é preparar os estudantes para o mercado de trabalho, aprimorando o desenvolvimento profissional através da informatização. Nós acreditamos que a escola é para todos, sem preconceito e, hoje, mais do que nunca, com uma nova organização dos espaços cumprindo o papel fundamental para reverter situações de exclusão”, ressalta.                       

                Cristo Rei é a escola pólo em educação inclusiva do município. As aulas acontecem uma vez por semana e devem seguir até o final deste ano. Todo o conteúdo é acompanhado e repassado pela interprete. A professora, Insi Mere Michels explica que esta iniciativa é um avanço na educação e um direito dentro da proposta. “O curso de informática é uma chance que desperta o interesse e estimula ainda mais o conhecimento e a dedicação desses estudantes. No dia a dia, em termos de sala de aula, o rendimento é o mesmo quando comparado aos demais alunos. A única diferença é na hora da produção escrita. Os estudantes especiais produzem menos, pois envolve a leitura e interpretação. Neste quesito, a atenção é redobrada e duas vezes por semana, eles recebem na sala de recurso aulas de libra e língua portuguesa”, destaca.                 

                Outro fator interessante é o envolvimento dos demais alunos da escola. Os colegas de sala já conseguem se comunicar em libras. “Não existe exclusão quando o tratamento e a atenção são de igual para igual. Hoje, é possível e normal nós nos comunicarmos através da linguagem de sinais. Aprendemos em dobro. É curioso e ao mesmo tempo gratificante”, descreve Nadine Saraiva de Souza, aluna do 7º ano.      

                A escola Cristo Rei está entre os 144 municípios pólo em nível nacional na área de educação inclusiva. O Brasil possui cerca de 15 milhões de pessoas portadoras de deficiência física ou mental, o que representa aproximadamente 15% da população, de acordo com dados do IBGE (2000).