Torneio de Mora movimenta CocalFest

             A tradição do jogo de mora passada de pai para filho ainda é viva e esta presente até hoje como um esporte praticado entre alguns apaixonados da região. Com o objetivo de valorizar esta cultura, Cocal do Sul realizou na tarde deste sábado, o 1º Torneio de Mora da CocalFest. As batidas fortes na mesa de madeira e as chamadas dos números em alto tom de voz vibraram as centenas de simpatizantes que acompanharam a participação de 10 jogadores. A marcação do ponto também apresentou uma dose de comemoração, vibração e emoção que se diferenciam de acordo com a característica de cada jogador. O Torneio teve como vencedores a dupla de irmãos Agenor e Rosalino Scarpatto, vice-campeão a dupla Irineu Biff e Gilberto Dalmolin e os terceiros colocados foram Zoide Dalmolin e Valdilei Da Rolt.

 

             Segundo o coordenador da Mora na região, Antônio Fachin o jogo da mora é uma tradição trazida da Itália, sobretudo pelos imigrantes da região do Vêneto, tradição esta que se manteve e se incorporou aos hábitos e costumes dos seus descendentes. “O segredo esta na esperteza, rapidez e muita malandragem. A mora é um jogo que exige, dos participantes, movimentação rápida dos dedos e mãos, num alternar de encolhe, abre, fecha e bate, enquanto se ouve velozes pronúncias dos números de zero a dez: muta, uno (un), due (du, un per un, un per uno), tre (trrr), quatro, cinque (sinque), sei (ces), sete, oto, nove, dieci (diese, o tuta). É, também, exigido do jogador raciocínio treinado e reflexos apuradíssimos”, explica.            

             O jogador, Rosalino Scarpatto, um dos campeões do torneio, joga há 50 anos quando ainda o esporte era uma diversão de final de semana. “Eu aprendi com meu pai e irmãos mais velhos. Nós jogávamos muito, era divertido brincar. Hoje caiu mais, mas nós nos reunimos pelo menos uma vez por mês para brincar e meu filho também jpa tomou gosto pela coisa”, ressalta Scarpatto.    

Saiba mais sobre a Mora

            O jogo da mora era um dos esportes preferidos, que marcavam os filós e encontros nas capelas aos domingos. Trata-se de um jogo que exige raciocínio rápido para cálculo matemático, agilidade e grande esforço físico pelos movimentos repetitivos das mãos sobre a mesa de jogo. Basicamente o mecanismo do jogo se dá na soma dos dedos entre os jogadores, que expõe na mesa cantando em voz alta o número desejado. Quem acerta a soma proposta entre os seus dedos e os dedos de seu adversário marca o ponto, em seguida, inicia-se com outro jogador a disputa de um novo ponto. As jogadas e trocas entre jogadores se repetem sucessivamente até chegar a 12, 15, 16 ou 21 pontos, quantidade estabelecida para se ganhar uma partida. Outro ponto interessante é a chamada dos números pelos jogadores que mais freqüentemente substituem o número três e o número seis por um simples grito, dando a entender que se referem as estes números, sem precisar chamar exatamente o nome. A mora pode ser jogada em duas, quatro ou mais pessoas, tendo um juiz ou mais, que observa as jogadas para marca os pontos. O juiz só pode marcar o ponto quando, quem o fez, faz um sinal apontando; caso contrário, deve permanecer calado.