Educação e Saúde se unem contra a AIDS em Cocal do Sul e adolescentes vão as ruas pedir pela prevenção

            A secretaria de saúde de Cocal do Sul através do programa DST/Aids em parceria com a Educação começou cedo as atividades de conscientização e prevenção contra a AIDS/HIV/DST no município, nesta quarta-feira, 01. NO dia mundial de combate a AIDS, um mutirão formado por agentes de saúde, médicos, dentistas, enfermeiras e alunos participaram da ação com faixas, cartazes, panfletos, camisetas e orientações para a população. O trevo na entrada da cidade  também foi decorado com bandeiras vermelhas para chamar a atenção da comunidade.  

Adolescentes vão as ruas pedir pela prevenção          

              Com o tema “Profissionais de saúde: o diagnóstico precoce do HIV depende de você”, o diferencial da campanha este ano é a participação de adolescentes no município. Para uma geração mais consciente, o programa DST/Aids coordenado pela enfermeira, Siljana Machado Kramel e pelo médico, dr. Pedro Snoeyer deu início ao trabalho de sensibilização sobre Sexualidade e Adolescência em tempos de DST/Aids. O primeiro encontro aconteceu na escola Cristo Rei com os alunos da 7ª série e a iniciativa deverá se expandir em todas as escolas da rede municipal. “Nosso objetivo é multiplicar os ensinamentos nas escolas em torno da prevenção por meio dos adolescentes. Para isso estamos orientando e mostrando a realidade e as conseqüências. Queremos ter os jovens como parceiros nesta ação”, explica dr. Pedro.          

               O primeiro passo já deu resultado na manhã desta quarta-feira. Cartazes explicativos com as doenças e o uso da camisinha ganharam as ruas. Adolescentes abordaram as pessoas e fizeram a entrega de panfletos. Segundo as alunas Suelen Ramos e Diandra Cardoso é importante conhecer as conseqüências de uma relação sem prevenção. “As doenças nos chamou a atenção, principalmente as sexualmente transmissíveis como sífilis e gonorréia. Sexo sem camisinha nem pensar”, afirmam. Para a aluna Fabiola Lhó “estar passando o aprendizado para outras pessoas e colegas nos faz ter mais responsabilidade e estar atentos. Isso porque nem sempre temos noção do que realmente pode acontecer. Esse paralelo nos faz refletir mais,  agir de forma correta e ajudar outras pessoas a também terem a mesma consciência”, destaca.  

A realidade em Cocal do Sul          

                Hoje Cocal do Sul possui 28 casos de pessoas que vivem com AIDS e fazem o tratamento com uso de coquetéis. Segundo o médico, dr. Pedro Snoeyer para cada um desses casos há 10 a 20 ocultos na comunidade. “A incidência aumenta ano a ano e, ao contrário do ano passado quando o foco era a terceira idade, em 2010 a preocupação é com os adolescentes”, observa.      

                 O médico também orienta as pessoas para que procurem fazer o exame sem medo ou preconceito. “A procura no município é muito pequena. O importante é o diagnostico e não o medo do resultado. Com essa consciência a pessoa não estará apenas tratando a sua saúde, mas evitando a propagação da doença, do vírus ou qualquer outra complicação relacionada para outras pessoas”, explica.           

                  Todas as quintas-feiras no PSF do Centro há um aconselhamento sobre a doença e, na seqüência, é feita a coleta. “O portador do vírus HIV pode prolongar sua vida por mais de 10 anos com a mudança de hábitos, como: parar de beber, fumar, ter uma alimentação saudável e praticar exercícios físicos. O mesmo acontece com aqueles que mantêm essas atitudes e fazem o uso de coquetel sem interrupção. Dependendo do organismo podemos ter cerca de 20 anos a mais de vida”, destaca dr. Pedro. De acordo com os registros da secretaria de Saúde de Cocal do Sul nove pessoas morreram de AIDS no município. O último óbito foi há três anos.