Encontro regional reúne mulheres agricultoras para reflexão e troca de sementes crioulas/ Em Cocal do Sul 40 espécies estão catalogadas e preservadas

           Segurança Alimentar e Biodiversidade. Esse foi o tema do seminário regional realizado em Cocal do Sul, na AABB, que reuniu mais de 100 mulheres agricultoras. Durante o encontro, as participantes refletiram sobre o resgate das sementes crioulas e plantas medicinais na agricultura familiar com o objetivo de preservar e difundir as sementes.

            A palestra “a importância do controle das sementes crioulas pela agricultura familiar”, ministrada pela profª. de agronomia da Unisul, Ms. Kátia Mara Batista abriu o seminário. Em seguida, Cocal do Sul apresentou o banco de Sementes Crioulas, trabalho que serviu de exemplo. Todo histórico foi exposto até a catalogação por fotografia do material. No final do encontro uma dinâmica foi realizada. As participantes fizeram a troca regional de sementes com as agricultoras. Cada uma delas levou para casa cinco variedades a mais, entre elas: esponja, milho, plantas medicinais,verduras, entre outros.   

           O seminário foi uma realização da Epagri com o apoio da Prefeitura Municipal, SENAR, Banco do Brasil e Unisul. Participaram representantes das cidades de Criciúma, Lauro Muller, Orleans, Treviso, Siderópolis, Urussanga, Forquilhinha, Morro da Fumaça, Praia Grande e municípios da Amesc.  

Cocal do Sul possui 40 espécies catalogadas e preservadas  

             Há cinco anos, a Epagri realiza com o grupo de Camponesas de Cocal do Sul o trabalho de incentivo e preservação de sementes crioulas e plantas medicinais. A cada ano, os resultados avançam e ganham nova dimensão. Hoje, cerca de 40 espécies entre sementes e plantas nativas compõem o banco. Tudo catalogado e preservado pelas 35 mulheres agricultoras participantes.

           Segundo a extensionista da Epagri, Adreane Scopel as sementes crioulas são sementes nativas. Elas são naturais, não passam por processo de transgenia, comercial ou técnico. “Por isso nosso trabalho. Queremos conservar a biodiversidade natural, tentar conservar na área rural a origem, o que ainda existe de natural, de nativo e partilhar”, explica. Adreane afirma ainda que o verdadeiro banco de sementes é o banco vivo, aquele que faz parte da agricultura familiar. “Não queremos perder essas sementes em função do comércio e da indústria. Elas são ricas em todos os sentidos e devemos preservá-las”, finaliza.           

            Durante todo o ano, as agriculturas participam de oficinas teórico-práticas onde ampliam o conhecimento e trocam experiência, aprendem sobre os cuidados, avaliação, armazenamento e a multiplicação dessas sementes.  

           Mais informações pelo telefone, 8825-0649 ou 3447-3123.